segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os gatos elétricos em terra de ratos e de outros bichos

AUTOR: Edmilson Peixoto

É preocupante quando o anormal se torna normal como os “gatos elétricos” em nosso município e até passam a fazer parte de nossa cultura, mas sem perceber que estas ações clandestinas estão se tornando prática comum, formando uma verdadeira “marginalidade intelectual”, pois são gerações inteiras convivendo com esta e outras ilegalidades.

Estes “atos ilícitos” de trabalhar na “clandestinidade da gatunice” são qualificados como crimes por tratar da subtração de energia. Mas como aplicar a lei, se aqueles que deveriam dar suporte para sua aplicação não tem moral por não ampliar a capacidade e a qualidade do atendimento no setor elétrico? Surge a partir daí, os “gateiros”. Mas, ninguém quer ser “gateiro” o que todos querem é atuar na legalidade e não ser mais taxados de “clandestinos” mesmo pagando a conta com muitos impostos.

Assim, é fácil decifrar que neste “balaio de gatos” os verdadeiros culpados são os governos e as concessionárias que vivem a cantarolar: “tô nem aí, tô nem aí” e querem mesmo é que todos se explodam num enorme curto-circuito, porque para os culpados não existe lei, muito menos punição e ficamos a ver navios. Ou melhor: sem ver nada às escuras e muito menos sem ter uma solução para o problema.

Problemas estes que se resumem em “gambiarras” prá todo lado. É gente subindo em poste, descendo de poste, olhando o transformador pegando fogo, orando prá Deus tomar conta, fazendo “vaquinha” para comprar um cabo mais potente, colocando um fio aqui, outro ali, outro acolá, numa questão de mera sobrevivência para que “os ratos” não os devorem. Pior, é que às vezes, prá fugir dos “ratos”, alguns “gateiros” ficam “engatados”, nos seus próprios “gatos”, para alegria dos “ratos” que irão conquistar votos de outros sofredores nos velórios e lamentar pelos “votos eletrocutados”.

Acredito que em virtude dos felinos terem mitologicamente sete vidas, muitas vidas ainda deverão passar por debaixo desse emaranhado de fios, porque o que interessa mesmo é a vida dos ratos e a exploração mineral que gera o lucro multinacional. Ali sim, energia de qualidade e tratamento elétrico vip e ao povão resta tão somente “fazer gatos” e ter uma carga excessiva de impostos para assegurar que os incentivos fiscais e energia elétrica de qualidade possam ser mantidos pelo estado ao grande capital. Por outro lado, grandes empreendimentos vão sendo instalados e nossa riqueza sendo levada, mas não se vê nenhuma perspectiva de ter energia elétrica decente para o povo deste lugar.

Só resta uma alternativa: a mobilização popular para fazer com que capitalistas, governos e responsáveis pelo desserviço elétrico resolvam o problema. Seria normal se os representantes populares encabeçassem esta ação, mas como prevalece a anormalidade, é preciso que a massa vá para as ruas protestar e cobrar mais respeito e acima de tudo o fim da profissão de “gateiro”, dos “gatos elétricos” dos “ratos” e de outros bichos sanguessugas.

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