sábado, 26 de novembro de 2011

Promesseiros de Palanque: de salvadores da Pátria a meros incompetentes

Autor: Edmilson Alves Peixoto
(
Publicado no Jornal "O Pioneiro")

A luta para conquistar o poder político, passa a ser indecente e imoral quando propostas mirabolantes de melhorias substanciais na vida dos cidadãos fazem parte dos discursos elegantes e extasiantes daqueles que se colocam como candidatos a “administradores do dinheiro público”, dizendo que vai fazer, que vai acontecer e blá, blá, blá, blá, blá, blá.... Parece até que nem existem desafios pela frente. E, quando os objetivos de acesso ao poder são atingidos, suas ações não passam de verdadeiros imbróglios.

É uma tremenda enganação, ou “conversa prá boi dormir”. Setores como saúde, educação e segurança são apenas equações mal resolvidas que os “promesseiros de plantão” logo encontram soluções exatas e rápidas. Assim, muita gente, totalmente anestesiada, vibra, aplaude e sussurra: Ufa! Até que enfim. Mas, infelizmente, estes estratos setoriais só servem para propagar propostas alucinógenas dos “enganadores do povo”, porque a saúde continua um caos, a educação nunca conseguiu atingir a tão propagada qualidade social e a segurança vive um estado de insegurança total, sem proteger ninguém.

Acredito que a saúde é o serviço mais requisitado pela população, justamente pela falta de investimentos em educação que possa informar e conscientizar as pessoas, além da necessidade de formar mais profissionais que possam cuidar da saúde pública e de sua prevenção, mas mesmo essencial, a educação que deveria ocupar um lugar de destaque dentre os demais direitos dos cidadãos, não consegue o apoio necessário para acompanhar o ritmo acelerado das informações e transformá-las em conhecimento.

O que existe de fato são alunos desmotivados, estudando em espaços inadequados, sem transporte escolar e merenda de qualidade e com recursos pedagógicos e didáticos insuficientes, ultrapassados ou simplesmente inexistentes. Por outro lado, os educadores, ainda precisam acionar o último instrumento legal de pressão que é a greve, para tentar garantir direitos já adquiridos, mas negados por aqueles que agora já legitimados como “representantes do povo”, se esquecem levianamente do discurso de “salvadores da pátria”, passando a utilizar a carapaça dos ditadores para criminalizar e perseguir trabalhadores participantes nos movimentos reivindicatórios. Uma vergonha!

Como se não bastasse tanta perseguição em nome da intransigência, da incoerência e da incompetência administrativa, inexplicavelmente com base nestes mesmos parâmetros, a “justiça” julgou a greve como um movimento ilegal por tratar-se de uma luta pelo cumprimento da lei do piso salarial nacional até então não cumprida pelo governo do estado. Será que a ilegalidade atribuída à greve teve como base a legalidade da lei federal ou foi o tipo de venda que tapou os olhos tendenciosos e não mais da equidade da justiça?

Depois do menosprezo e do tratamento irresponsável do governo e com aval jurídico, passamos a imaginar como será o futuro da educação pública no Pará e concluímos que, infelizmente, ela deverá amargar por muito tempo os piores índices de qualidade e estatísticos de rendimento educacional no Brasil. Mas, nada que não esteja escrito na cartilha dos governos neoliberais e dos seus protetores que é o sucateamento de todo bem público.

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